terça-feira, 27 de outubro de 2009

Andei um bom tempo analisando tudo: todos os defeitos, atitudes, erros, tropeços e enganos. Percebi que não cabia ali naquele espaço que criei e que aos poucos me sufocava, me arrastando pra um cenário estarrecedor que por conhecer bem, às vezes, me assusta. Quando dei por mim, me vi perdida: sem mais aquilo que deixei pra trás e sem mais aquilo que almejei. Mas apesar de tudo, eu tenho planos, mesmo sabendo que plantar sementes requer paciência. Não sei o que o futuro me reserva e o presente sempre me conduz a situações inusitadas e sentimentos desconhecidos. Novos caminhos e novos sorrisos talvez seja uma maneira de seguir em frente ou fugir de algo que só cabe ao tempo levar, mais ninguém.

sábado, 24 de outubro de 2009

Às vezes preciso de um subterfúgio que me liberte da apnéia e da falta de ar que me consome. Eu não sei dizer o que se passa em mim, mas é como se tudo ao meu redor fosse pequeno demais e o que eu quisesse estivesse longe.  Por aqui nenhum rosto parece com as minhas ideias e a vulgaridade explícita das pessoas só acentua ainda mais essa minha indiferença. Todos me cobram respostas que eu não sei dar e não tenho previsão de quando elas estarão prontas. Usar o que se tem pra ser feliz é o mesmo que desprezar o que não se pode ter. E fazer isso é deixar o copo sempre meio vazio. Velhos brinquedos já não me iludem.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Noite passada custei a dormir, mesmo depois de ler, escrever, estudar, ouvir música, contar carneirinhos, enfim, me senti lutando contra mim mesma: enquanto os olhos pesavam, a mente vagava por respostas, projetos, propostas, lembranças... lembrei de um tempo em que eu era bem pequenininha e o colo do meu pai era a solução pra tudo. Ele me abraçava, me beijava a testa e dizia que tudo ia ficar bem, que eu não precisava ter medo, ele estava ali comigo. E a dor passava, o medo ia embora... Era como se um único olhar dele bastasse, numa espécie de mágica... Hoje, não tenho mais aquele abraço, aquele beijo na testa, aquele "tudo vai ficar bem". Mas ainda amo a gravata cinza, o cachorrinho de pelúcia do carro, as praias de quarta-feira, os lanches, aquele colo que era a solução pra tudo... São lembranças boas dele que eu quero ter sempre comigo.
Só depois de remexer no passado e ter chorado bastante, finalmente consegui dormir, pois sabia que manhã seria outro dia. O tempo passa, a gente cresce e percebe que se soubessemos que certas coisas iriam desaparecer tão rápido, teríamos dedicado mais tempo a elas.