sábado, 26 de fevereiro de 2011

Aprendi que por mais que você esconda todas as suas mágoas dentro de um livro empoeirado na estante, um dia alguém vai achá-lo, vai ler fragmentos e isso vai doer. E não haverá nada que você possa fazer para dizer que aquilo (por mais distante que esteja) não existe. Porque  por mais que a ferida já tenha sido curada, as cicatrizes você querendo ou não sempre irão existir pra te fazerem lembrar que te magoaram um dia. Aprendi que você esquece sim de quem te fez sofrer, mas não esquece nunca a dor que esse alguém fez você sentir. E isso, passe o tempo que for, eu nunca vou esquecer. Então não insista, não pertube. Não procure saber de mim nem das escolhas que fiz. Não volte mais aqui. Esperei pela sua resposta infindáveis semanas, que se transformaram em meses. E eu então pude conhecer o que significa indiferença, mágoa e noites tristes que pareciam não ter fim. E de tanto esperar, o meu espírito acalmou-se aos poucos, até que, numa manhã cinzenta, a esperança morreu finalmente, levando consigo o meu coração, que murcho e endurecido como um doce fruto, já muito maduro, secou e ficou em pedra.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

[. . .]Sou eu que vou ser seu amigo
Vou lhe dar abrigo se você quiser
Quando surgirem seus primeiros raios de mulher
A vida se abrirá num feroz carrossel
E você vai rasgar meu papel. . .
O que está escrito em mim
Comigo ficará guardado se lhe dá prazer
A vida segue sempre em frente
O que se há de fazer?
Só peço a você um favor se puder
Não me esqueça num canto qualquer

-Toquinho; O Caderno