quarta-feira, 21 de outubro de 2009

Noite passada custei a dormir, mesmo depois de ler, escrever, estudar, ouvir música, contar carneirinhos, enfim, me senti lutando contra mim mesma: enquanto os olhos pesavam, a mente vagava por respostas, projetos, propostas, lembranças... lembrei de um tempo em que eu era bem pequenininha e o colo do meu pai era a solução pra tudo. Ele me abraçava, me beijava a testa e dizia que tudo ia ficar bem, que eu não precisava ter medo, ele estava ali comigo. E a dor passava, o medo ia embora... Era como se um único olhar dele bastasse, numa espécie de mágica... Hoje, não tenho mais aquele abraço, aquele beijo na testa, aquele "tudo vai ficar bem". Mas ainda amo a gravata cinza, o cachorrinho de pelúcia do carro, as praias de quarta-feira, os lanches, aquele colo que era a solução pra tudo... São lembranças boas dele que eu quero ter sempre comigo.
Só depois de remexer no passado e ter chorado bastante, finalmente consegui dormir, pois sabia que manhã seria outro dia. O tempo passa, a gente cresce e percebe que se soubessemos que certas coisas iriam desaparecer tão rápido, teríamos dedicado mais tempo a elas.